O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continua obcecado com o que considera uma taxa básica de juros excessivamente alta. Inquieto e incansável, ele segue pressionando a Reserva Federal a agir. Trump voltou a pressionar o Fed com veemência, rotulando Powell de "muito atrasado" — mais um insulto público que se soma à crescente hostilidade entre os dois.

Recentemente, Trump voltou a defender cortes na taxa de juros, argumentando que os dados econômicos, que, segundo ele, são sólidos — justificariam essa medida. Demonstrou total confiança em sua avaliação, embora as estatísticas atuais estejam longe do ideal. Ainda assim, classificou como “aceitável” a taxa anualizada de crescimento do PIB de 3% e afirmou que os números superam as expectativas anteriores. Em sua rede Truth Social, escreveu: “Tarde demais. TEM QUE CORTAR OS JUROS AGORA. Nada de inflação! Deixem as pessoas comprar e refinanciar suas casas.”

Há meses, Trump vem atacando Powell de forma contínua por resistir a flexibilizar a política monetária. No fim de junho, chamou o presidente do Fed de “muito político”, “idiota teimoso” e “estúpido”. Agora, “muito atrasado” foi acrescentado à lista de insultos.

O mandato de Powell vai até maio de 2026. Com as tensões em alta, Trump teve de negar boatos de que planeja demiti-lo antes do fim do prazo. Na semana passada, o presidente também visitou os prédios históricos do Fed para avaliar os custos da reforma, após acusações de gastos excessivos.

A disputa ganhou contornos públicos com trocas de farpas sobre o orçamento da reforma. Alguns analistas acreditam que o aumento das críticas pode ser o prenúncio de uma tentativa de afastamento de Powell por justa causa. Trump alegou que os custos subiram para 3,1 bilhões de dólares. Powell rebateu, explicando que o valor de 3,1 bilhões de dólares não contempla um dos edifícios — uma construção recente, concluída há apenas cinco anos.