Estrategistas cambiais da Bernstein levantaram uma questão urgente: o que significam as novas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para os fabricantes de chips? O tema, que mistura especulação com previsões fundamentadas, ganhou destaque imediato no mercado.

Segundo os analistas da Bernstein, a política comercial dos Estados Unidos está passando por transformações importantes, e o novo pacote tarifário proposto por Trump pode representar um ponto de inflexão para a economia global. Eles alertam que essas tarifas têm potencial para se consolidarem como medidas de longo prazo.

Recentemente, o presidente assinou uma ordem executiva que eleva as tarifas para até 50% sobre importações de determinados países. Especialistas avaliam que essa medida reflete a tentativa de Trump de reestruturar o sistema de comércio internacional, que ele considera desfavorável aos interesses dos Estados Unidos. As novas tarifas entraram em vigor na quinta-feira, 7 de agosto.

Economias industriais como a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul passarão a enfrentar tarifas de 15%. Países que registram superávit comercial com os Estados Unidos serão taxados em 10%. Já nações como o Brasil enfrentarão a alíquota máxima de 50%. Antes disso, Trump já havia aumentado para 35% as tarifas sobre produtos canadenses, alegando descumprimento das normas do USMCA, o acordo comercial firmado durante seu primeiro mandato.

Para os analistas da Bernstein, esse cenário tem pressionado os mercados. Embora não tenham sido firmados novos acordos comerciais, os analistas avaliam que pode haver um pouco mais de clareza em relação às tarifas e às regras do comércio internacional, o que ajudaria as empresas a planejarem suas operações. Ainda assim, observam que o mercado parece cada vez mais acostumado a ignorar a retórica protecionista de Trump, ainda que exista o risco de essa abordagem acabar se consolidando como uma nova norma.

Especialistas também alertam que Washington pode expandir o alcance das tarifas para setores estratégicos, como os de semicondutores e farmacêuticos. Para os fabricantes de chips, isso pode significar não apenas tarifas sobre dispositivos eletrônicos relacionados, mas também sobre a produção de componentes essenciais à cadeia industrial.

Em resumo, o movimento tarifário promovido por Trump deixa de ser interpretado como uma ação temporária e passa a se configurar como uma política estrutural, com efeitos diretos sobre as cadeias globais de suprimento, especialmente no setor tecnológico.