O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que o próximo presidente da Reserva Federal (Fed) precisará ter capacidade para lidar com questões organizacionais complexas, já que a missão do banco central vai além da política monetária.

Em entrevista à Nikkei, Bessent ressaltou que o sucessor de Jerome Powell deve conquistar a confiança do mercado e adotar uma abordagem voltada para o futuro, em vez de se basear somente em dados históricos. Segundo reportagem da Reuters, o secretário já estaria buscando um candidato para substituir Powell, lembrando que a presidência do Fed poderá mudar quando o mandato atual expirar, em 2026.

Os comentários surgem em meio a críticas frequentes de Powell feitas pelo presidente Donald Trump, que pressiona por cortes de juros mais rápidos e profundos para estimular a economia dos EUA. Powell, porém, mantém uma postura cautelosa em relação à política monetária.

Bessent afirmou que o Fed continua independente, apesar da retórica da Casa Branca. Ele acrescentou que a definição da administração de um dólar forte está ligada ao valor relativo da moeda americana em comparação com outros meios de pagamento: “Se os Estados Unidos adotarem uma política econômica sólida, o dólar naturalmente será forte.”

O secretário também comentou sobre as relações entre EUA e Japão. O Tesouro norte-americano havia manifestado apoio à intenção do Banco do Japão de apertar sua política monetária, afirmando que isso ajudaria a “normalizar” a fraqueza do iene. Ao mesmo tempo, Bessent destacou que Kazuo Ueda, governador do Banco do Japão, e o conselho do banco central “estão focados na inflação, não na moeda.”

Apesar de ter encerrado um longo período de estímulo monetário elevando as taxas de juros, diante da expectativa de que a inflação no Japão atingisse a meta de 2%, o Banco do Japão permanece cauteloso quanto a novos aumentos. Segundo diversos analistas, essa postura contribuiu para o enfraquecimento do iene.